Informação sobre micose, causas, sintomas e tratamento da micose, identificando o diagnóstico das micoses superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistémicas e oportunistas, com dicas que pretendem contribuir para a prevenção da sua ocorrência.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Esporotricose

Esporotricose é uma infecção da pele causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Este fungo está relacionada mais de perto com o molde de pão velho ou a levedura usada para fazer cerveja do que com as bactérias que normalmente causam infecções. O molde é encontrado em espinhos de rosas, feno, galhos e no solo. A infecção é mais comum entre jardineiros, trabalhadores de berçários, e fazendeiros que trabalham com rosas, musgo, feno e o solo.
Uma vez que os esporos de fungos se movem para dentro da pele, a doença leva dias ou mesmo meses para se desenvolver.

A Esporotricose é uma infecção crônica, micose gomosa por excelência, expressando-se sob a forma cutâneolinfático-nodular, mas podendo estender-se também às mucosas, às vísceras, aos ossos e mesmo ao sistema nervoso central. O parasito existe no solo, nos troncos de madeira umedecida, em várias plantas silvestres e cultivadas, em grãos de cereais, e em muitos outros vegetais. Calor, umidade e obscuridade constituem um habitat ótimo para este e para muitos outros fungos. No reino animal, a esporotricose tem sido assinalada em cães, gatos, ratos, camundongos, cervos e aves em geral. A infecção é favorecida por certas profissões, tais como, florista, lenhador, manipuladores de palha (como por exemplo: encaixotadores de vasilhames), profissões que lidam com animais, cozinheiros, donas de casa. Caçadas e excursões, favorecendo um contato íntimo com os animais, também constituem ponto de partida para uma infecção. Picadas de inseto, mordida de animais e bicadas de aves são outros fatores que iniciam a esporotricose. Qualquer idade, desde o lactente ao idoso, é suscetível ao parasito. Pessoal de laboratório pode infectar-se com os animais inoculados experimentalmente. 

Como se desenvolve a esporotricose

A porta de entrada habitual é a pele, eventualmente as mucosas. Atingida a pele, desenvolve-se uma lesão ulcerada que não se cicatriza com os tópicos habitualmente usados. Após um período de alguns dias ou de algumas semanas, aparece um nódulo linfático, primeiro de uma série que aparecerá sucessivamente. O prognóstico é, em geral, bom, visto que estamos bem armados terapeuticamente com os iodetos, sob a forma de iodeto de potássio para a via oral, e iodeto de sódio para a via endovenosa. A dosagem dos iodetos é a mais alta que o doente pode suportar, começando com um grama, depois subindo aos poucos para: dois, três, quatro ou mais, de acordo com a gravidade dos casos. Para prevenir as recaídas, continuar os medicamentos, um ou dois meses após a cura clínica do paciente. Nos casos de intolerância ao iodo, o recurso é usar a anfotericina B, nas doses habituais de 1 mg/kg, por dia, até completar 1g, 2g ou mais, para os casos generalizados. O antibiótico é dissolvido em 500 ml de soro glicosado a 5%, gota a gota, durante quatro a seis horas. Tem-se usado os derivados imidazólicos – itraconazol – por via oral, com bom resultado. Em 83% das pessoas infectadas, foi obtida resolução da infecção clínica, sem recidivas, quando o tratamento foi mantido durante pelo menos 5 meses, na dose de 100 mg por dia.